Por Bruna Nadaletti
Enfermeira. Estrategista de Carreira e Marca Pessoal (@brunanadaletti_)
No decorrer dos anos, o mundo vem passando por importantes mudanças, nos mais diversos cenários, com destaque para a área da saúde, avanços tecnológicos e demografia social. Essa realidade fez emergir a necessidade de transformações no perfil profissional do enfermeiro, para que pudesse acompanhar a movimentação mundial, assim como atender às demandas da sociedade e dos serviços de saúde. Para isso, foi preciso revisitar o grupo das competências necessárias para a atuação do profissional na contemporaneidade.
O Fórum Econômico Mundial publicou neste ano (2023) o relatório Future of Jobs (O Futuro do Emprego), no qual são apresentadas as competências profissionais mais importantes e buscadas, tanto no presente quanto aquelas que serão as mais requisitadas no futuro do trabalho. No documento, foi ressaltado que as competências cognitivas são, hoje, as mais importantes. Como prova, os pensamentos analítico e criativo foram o primeiro e segundo colocados no ranking de 2023. Também ganharam destaque as competências de liderança e influência social que, segundo os especialistas, “são aquelas que conferem ao profissional as características que o tornam mais humano, capaz de se relacionar e de fazer coisas inovadoras”.
Nesse contexto é que surge a gestão de marca pessoal, também chamada de Personal Branding, como uma competência profissional, a qual é constituída por inúmeras outras competências que, em conjunto, podem fazer você se diferenciar no mercado de trabalho e transformar a direção da sua carreira!
Antes de falar sobre o que é propriamente a gestão de marca pessoal, é preciso desconstruir alguns conceitos equivocados relacionados a essa prática. Tais conceitos ainda existem por falta de conhecimento acerca do assunto, visto que é uma abordagem um tanto quanto recente na área da saúde e na enfermagem, o que acaba por fazer com que muitos profissionais não a conheçam ou deixem de se interessar.
Em diversas fontes de informações, encontramos a gestão de marca pessoal sendo trabalhada como sinônimo de marketing pessoal ou sendo resumida apenas à imagem pessoal. Dois grandes erros limitantes! A gestão de marca pessoal possibilita que você olhe estrategicamente para os 5 pilares que a constituem: autoconhecimento, imagem pessoal, entrega (serviço ou produto), posicionamento e relações profissionais. Todos os pilares precisam receber a mesma atenção, para que então possam trabalhar de forma integrada, contribuindo para o desenvolvimento e a consolidação da sua marca pessoal.
O autoconhecimento possibilita voltar o olhar para o interno, para o seu eu. Alguns pontos que são explorados no autoconhecimento para a marca pessoal são a essência e os valores, objetivos e metas profissionais, potencialidades e fragilidades para o alcance dos resultados e, também, oportunidades e ameaças.
A imagem pessoal é um pilar que “sofre” uma minimização do seu significado, pois muitos a resumem como sendo exclusivamente o estilo de se vestir adotado pelo profissional. No entanto, vai muito além disso. A imagem pessoal pode ser explicada por todos os meios pelos quais você causa impressões no outro. Na ilustração, é possível identificar os aspectos que constituem a nossa imagem pessoal:
No aspecto do comportamento, é importante pensar sobre o fato de sermos uma única pessoa, o que impossibilita a existência de uma marca pessoal e outra profissional. Isso significa que, caso haja uma diferença muito grande de perfil comportamental entre as suas condutas pessoais e profissionais, a possibilidade da sua marca pessoal não evoluir positivamente é imensa.
Já a entrega diz respeito ao seu objeto específico de trabalho, seja ele um serviço ou um produto. Neste pilar precisamos refletir sobre alguns pontos principais: conhecimentos (propriedade intelectual necessária para o desenvolvimento da atividade profissional), desenvolvimento da cultura da aprendizagem continuada (lifelong learning), habilidades (hard skills e soft skills) e as experiências que você causa no outro com a sua entrega.
O pilar do posicionamento é aquele onde você para e pensa sore o espaço que deseja ocupar na mente do outro. A pergunta que norteia este pilar é “como eu desejo ser lembrado?”. Neste ponto é importante lembrar que estamos o tempo todo comunicando alguma mensagem sobre nós, seja de forma consciente ou não, e por isso é tão relevante que você alinhe a mensagem que deseja passar ao seu público com os resultados que busca alcançar, para que então a sua comunicação seja assertiva e você ocupe um espaço de diferenciação, destaque, referência e autoridade na mente do outro, principalmente quando o assunto for a sua área específica de atuação profissional.
E por fim, mas não menos importante, temos o pilar das relações profissionais. Por muito tempo se falou sobre a importância e os benefícios do networking para a carreira, porém alguns críticos não viam essa prática com bons olhos, associando-a a mero interesse. Para resolver essa lacuna, surgiu o netweaving, que nada mais é do que estabelecer uma relação profissional pautada na reciprocidade, na qual você se mostra atrativo profissionalmente ao outro, sendo uma solução para algum problema e não um problema a ser resolvido.
Assim, é possível afirmar que a gestão da marca pessoal é uma estratégia importante para quem deseja construir uma carreira de sucesso! Ao desenvolver uma marca pessoal forte e consistente, você se destaca no mercado de trabalho e se torna mais atraente, seja para potenciais empregadores, clientes ou para parceiros de negócios. Investir na gestão da sua marca pessoal possibilita aumentar a sua visibilidade e credibilidade, bem como transmitir mais confiança e segurança através do seu trabalho.
Seja o CEO da sua própria trajetória! Tome as rédeas da sua marca pessoal e veja a sua carreira decolar!
